António Raminhos perdeu o pai.
Faleceu o pai de António Raminhos, Arsénio Raminhos, com 87 anos. É o próprio que nos dá a notícia, através de um texto muito emotivo nas redes sociais.
Nesse texto, o humorista despedeu-se do pai, e fala da morte, e de como tentamos sempre fazer de conta que ela não existe. Na mensagem de António Raminhos, podemos ler: “Em 48 horas fui confrontado com a morte de três formas distintas. No mesmo dia, a morte repentina de alguém com quem me cruzava várias vezes. E, pouco depois, a morte do meu pai“.
“Hoje, a lembrança da morte de uma querida amiga cujo o sorriso e as palavras voltei a escutar num documentário. A morte. De diferentes formas e feitios, em dois dias veio mostrar-me como está presente na vida. De forma tão simples, natural, imprevisível, inegável. Hoje sou, amanhã posso não ser. Tão certa como a água que corre para o mar ou o sol que nasce. Teimamos em vê-la como um corpo estranho, como algo que não era suposto, que não faz sentido”.
António Raminhos conclui, escrevendo: “Somos egoístas no amor. Queremos controlar aquilo que já cá estava antes de nós. Antes dos tempos. Ao lutarmos contra o que por si só faz parte da vida negamos o poder de um último suspiro. O querer que a morte não exista é fechar os olhos àquilo que ela nos dá. No rapaz conhecido que partiu vi a sua simpatia, no adeus ao meu pai o agradecimento, na minha amiga a luz. Ela, a morte, vai continuar a existir como sempre para além de todos nós e, por isso, não há “porquês”. Há a chance de mantermos vivos aqueles que por ela já passaram. E a chance de com isso nos mantermos vivos”