O conhecido apresentador da RTP, José Carlos Malato, usou o seu perfil no Instagram para fazer uma revelação emocional sobre as Jornadas Mundiais da Juventude em Lisboa, que acontecerão em breve
Nesta publicação controversa, Malato destaca a preocupação com os jovens que são acolhidos por famílias e paróquias durante o evento e aborda a questão dos abusos clericais que mancharam a reputação da Igreja. Nesse sentido, ele propõe que a única forma de restaurar a confiança e eliminar a ignomínia é expor os culpados, levá-los a julgamento e compensar as vítimas pelos danos causados.
Revelando o seu descontentamento, José Carlos Malato incita a resistência contra qualquer tentativa de branquear ou encobrir os casos de abuso. Ele expressa a sua preocupação sobre a credibilidade dos participantes do evento até que tais questões sejam devidamente esclarecidas. O apresentador não poupa críticas a quem confia cegamente nos responsáveis pelo evento, considerando-os cúmplices e irresponsáveis caso falhem em agir contra os abusadores.
A dor pessoal de Malato é clara ao afirmar que a religião e os religiosos causaram um profundo impacto negativo na sua vida, e ele enfatiza que tal dano jamais será completamente reparado. Além disso, o apresentador lança uma provocação sobre os milhões de gastos no evento, questionando se esse dinheiro será suficiente para resgatar sequer uma única criança abusada, cujas vidas foram destruídas de forma irreversível:
“Sobre os que acolhem jovens em suas casas ou nas paróquias pende a dúvida e o vitúperio a que os abusadores clericais os condenaram. O que é pena,
porque há pessoas decentes – a maioria. A única forma de se verem livres dessa ignomínia é apontarem os culpados, estes serem julgados e as vítimas ressarcidas. É revoltarem-se contra o branqueamento que esta jornada patrocína. Até lá serão todos, presumivelmente, não confiáveis. Lobos com pele de cordeiro. Quem entrega os filhos a esta gente é cúmplice e irresponsável. Deus queira que esta Jornada não dê lugar a um novo vale de lágrimas! Sei o que digo porque a religião e os religiosos deram cabo da minha vida. E disso nunca mais vou recuperar. Os milhões gastos não serão suficientes para resgatar uma só criança abusada. Uma vida, indelevelmente, destruída. Estamos cá para ver. Disse.”