A integração de Letizia Ortiz na Família Real Espanhola não foi um processo isento de dificuldades, refletindo-se não apenas na vida da própria Letizia, mas também na sua família. Paloma Rocasolano e Jesús Ortiz, juntamente com as filhas Telma e Érika (que infelizmente já faleceu), enfrentaram um desafio significativo ao serem introduzidos no restrito e elitista círculo da aristocracia espanhola.
Os então reis de Espanha, conhecidos pela sua postura elitista, não viram com bons olhos o facto de Felipe VI ter escolhido para esposa uma mulher de origens plebeias. A chegada dos Ortiz à família Borbón foi marcada por uma clara resistência por parte da realeza, que considerava a presença de pessoas consideradas pouco sofisticadas como uma vergonha.
Embora a rainha Sofia tenha assumido a responsabilidade de “formar” Letizia, preparando-a para o papel de rainha, o mesmo não se aplicou à restante família Ortiz. Os pais e irmãs de Letizia foram deixados à sua sorte, enfrentando a difícil tarefa de aprender as regras de etiqueta e comportamento da realeza por conta própria.
O desconforto dos Borbón perante a “falta de maneiras” dos Ortiz culminou numa solução pragmática: a rainha Sofia decidiu contratar, às suas próprias custas, um professor particular de etiqueta para a família Ortiz. Esta decisão visava assegurar que os familiares de Letizia não “fizessem feio” durante o banquete do casamento real, evitando constrangimentos adicionais.
A pressão social e as exigências protocolares impostas aos Ortiz ilustram as dificuldades enfrentadas por famílias não aristocráticas ao serem introduzidas em ambientes reais, evidenciando as barreiras e preconceitos que ainda persistem dentro das monarquias europeias.