“Foi o meu primeiro suicídio”
O popular apresentador de televisão José Carlos Malato, aos 60 anos, finalmente compartilhou detalhes dolorosos de um capítulo sombrio da sua vida, no podcast ‘A Beleza das Pequenas Coisas’, conduzido pelo jornalista Bernardo Mendonça. Conhecido pelo carisma e parceria com figuras como Tânia Ribas de Oliveira, Catarina Furtado e Vanessa Oliveira, Malato revelou como a própria vida foi profundamente afetada ao ser expulso da igreja das Testemunhas de Jeová após assumir a homossexualidade.
Malato descreveu a expulsão como um “primeiro suicídio”, explica o impacto devastador do ostracismo social. “Eu fui isolado socialmente. Quase todos os meus amigos eram da organização das Testemunhas de Jeová. E eles deixaram de me falar. Eu fui expulso e deixei de ter… Eu não tinha ninguém… Porque é isso que eles fazem, quando a pessoa é expulsa. Eles deixam de falar e como a pessoa só tem aquele núcleo de amigos, tinha os amigos da escola, pouco mais. Esse ostracismo é uma forma de morte também”, disse ele, sem esconder a dor profunda que sentiu ao ser abandonado por amigos e família.
Afastado da igreja e sem o apoio da mãe, que também o ostracizou, Malato decidiu fugir para França. “Logo a seguir eu entro na vida. Não foi bem renascer. Vou para França fazer as vindimas e entro num ‘looping’. Num ‘loop’ de drogas, de tudo. De experimentar tudo. De viver. Eu tinha… estamos a falar de 1985, completamente em fase de libertação sexual. Toda!”, descreveu ele, revela um período de intensa experimentação e autodescoberta que, embora libertador em alguns aspectos, também o levou a um ciclo perigoso de comportamentos autodestrutivos.
Durante este período, Malato viveu intensamente, a explorar todos os excessos que a vida podia oferecer. A descida ao abismo foi marcada pelo uso de drogas e pela busca de experiências extremas como forma de escapar da dor emocional e do vazio deixado pelo ostracismo. Este ciclo de autodestruição durou anos, deixa marcas profundas no apresentador, que só conseguiu afastar os pensamentos suicidas aos 60 anos.
A revelação de José Carlos Malato não apenas ilumina a própria jornada de sofrimento e recuperação, mas também lança luz sobre os efeitos devastadores do ostracismo social e da falta de aceitação. A coragem de Malato em compartilhar a história pode servir de inspiração e alerta para muitos que enfrentam situações semelhantes, destaca a importância do apoio social e da aceitação na superação de traumas profundos.
Em suma, a história de José Carlos Malato é um testemunho poderoso de resistência e sobrevivência. Apesar dos desafios e das sombras do passado, ele emergiu mais forte, utiliza a plataforma para compartilhar a verdade e possivelmente, ajudar outros a encontrar o caminho para a cura e a aceitação.