A comunidade cinematográfica e cultural de Portugal lamenta profundamente o falecimento do aclamado cineasta António-Pedro Vasconcelos, ocorrido aos 84 anos. A triste notícia foi confirmada esta manhã de quarta-feira, dia 6 de março, através de um comunicado emitido pela família do artista.
“Noite adentro, o nosso A-PV partiu, a poucos dias de completar 85 anos de uma vida maravilhosa”, declara o comunicado emitido pela família de António-Pedro Vasconcelos.
Reconhecido não apenas pelo seu talento cinematográfico, mas também pela sua dedicação à justiça social e consciência cívica, António-Pedro Vasconcelos deixa um legado indelével no panorama cultural português. O cineasta foi um defensor incansável da justiça e da correção, temas recorrentes em muitas das suas obras.
João Soares, ex-ministro da Cultura, também prestou homenagem ao cineasta através das redes sociais, expressando a sua tristeza pela perda. “Recebo com grande tristeza a notícia da morte de António Pedro Vasconcelos. Admirava-o muito como cineasta, a obra que nos deixa é notável. Também como cidadão cujas opiniões respeitava, e muitas vezes seguia”, escreveu o filho de Mário Soares.
O apoio de António-Pedro Vasconcelos ao Partido Socialista e ao ex-presidente Mário Soares também foi destacado por João Soares, que concluiu a sua mensagem com os pêsames à família enlutada.
Nascido em Leiria, a 10 de março de 1939, António-Pedro Vasconcelos iniciou a sua carreira como realizador cinematográfico em 1973, com o filme ‘Perdido por Cem…’. Ao longo dos anos, deixou um legado cinematográfico notável, com filmes emblemáticos como ‘O Lugar do Morto’ (1984), ‘Jaime’ (1999), ‘Os Imortais’ (2003) e ‘Call Girl’ (2007), que se tornaram referências do Cinema Novo Português.
Para além da sua contribuição como realizador, António-Pedro Vasconcelos foi também produtor, crítico e professor, tendo fundado o Centro Português de Cinema, conforme indicado na sua biografia pela Academia Portuguesa de Cinema.
A sua mais recente obra, ‘Km 224’ (2022), protagonizada por Ana Varela e José Fidalgo, reflete o seu contínuo compromisso com a arte cinematográfica e a sua capacidade de adaptação aos temas contemporâneos.
A partida de António-Pedro Vasconcelos deixa um vazio no cenário cultural português, mas o seu legado perdurará como inspiração para as gerações futuras.