Estivemos à conversa com António Pedro Carvalho, jornalista de desporto da RTP.
Quando era mais novo idealizava ser jornalista?
Foi sempre o que sonhei. Também por influência do meu Pai, que sempre fez e continua a fazer, jornalismo regional. É dele, há 27 anos, o Jornal Terras do Demo de Moimenta da Beira (no distrito de Viseu). De modo que, o jornalismo já está dentro de mim desde que nasci, praticamente. Depois foi só concluir a parte académica e seguir a profissão.
Onde começou o seu percurso profissional?
Profissionalmente, na “A Bola TV” em 2011. Mas, antes disso, durante a faculdade, já tinha colaborado com várias rádios e jornais regionais na zona de Viseu. Também tinha feito alguns trabalhos para o Jornal de Notícias e fiz o estágio curricular no Público em Lisboa.
Dentro da área do jornalismo o porquê de ter enveredado pelo jornalismo desportivo?
Sinceramente foi sempre o que experimentei desde pequeno. Com 7 anos de idade fiz o meu primeiro relato de futebol num jogo de juniores entre o CDR Moimenta da Beira e o Sporting…Sporting de Lamego. A área do desporto, em especial o futebol, foi sempre algo que despertou fascínio em mim e, mais uma vez, por grande influência do meu Pai que já fazia relatos e escrevia sobre futebol regional há vários anos.
A Bola TV marcou o seu percurso profissional. Como vê a sua experiência num meio de comunicação como a Bola?
Cheguei à “A Bola TV” sem nenhuma experiência em televisão. Apenas tinha feito jornalismo escrito e rádio. “A Bola TV” apostou em mim, sem receios, e a eles devo muito a oportunidade. Comecei a fazer televisão e a gostar cada vez mais. “A Bola TV” deu-me imensas ferramentas para conseguir evoluir profissionalmente.
Tendo em conta que a Bola é um dos meios mais distintos dentro da comunicação desportiva em Portugal, o que o fez mudar para a RTP?
Um convite da RTP é quase irrecusável. O projeto de TV de A Bola ainda não se compara com a RTP. Saí à procura de crescer numa das televisões de referência do nosso país. Já passaram 7 anos e aprendo todos os dias cada vez mais.
A saída para a RTP presume uma evolução na sua carreira jornalística…isso efetivamente verificou-se?
Em certa parte, sim. Tive e tenho a oportunidade de fazer trabalhos com mais notoriedade e com mais visibilidade. Foi, sem dúvida, um passo à frente ter vindo para a RTP. Tenho aproveitado todas as oportunidades para desafiar-me ser cada vez melhor, todos os dias.
Se pudesse voltar ao passado escolheria novamente uma carreira jornalística ou mudava completamente de profissão?
Escolhia na mesma o jornalismo. Se bem que a área do entretenimento também me fascina. Gosto de fazer um jornalismo mais leve e no desporto isso é possível. Para já, sinto-me bem no jornalismo, mas o futuro é sempre incerto.
Quais são os conselhos que daria a quem ambiciona seguir uma carreira jornalística?
Esta carreira exige muita paixão, sacrifício e resiliência. É algo que tem de se gostar mesmo para seguir nesta profissão.
Alguma vez ponderou ser um jornalista de um meio de comunicação de notícias cor-de-rosa?
Nunca me passou pela cabeça. Mas, um jornalista tem de estar apto para fazer tudo em várias áreas. Como na pandemia em que fiz vários trabalhos extrafutebol.
Dentro do meio cor-de-rosa quem é a personalidade que mais gostava de entrevistar?
Cristiano Ronaldo.
Concorda que muitos dos atletas nacionais e internacionais já são mais vedetas/celebridades que propriamente atletas?
Concordo. As redes sociais, as marcas e patrocínios também ajudam a que isso aconteça. Mas, também os atores e pessoas do meio televisivo passaram para esse patamar de vedetas/celebridades.
A conotação de celebridade a muitos dos atletas tem um impacto relevante nas suas carreiras?
Se souberes separar as águas acho que não irá afetar a sua prestação desportiva. Muitos têm essa capacidade, outros não. Cabe a cada atleta defender-se e focar-se na sua tarefa profissional.
Qual a área desportiva que mais gosta de cobrir jornalisticamente?
O futebol, sem dúvida. Também gosto de futsal. Mas, se for chamado para qualquer outra modalidade estarei sempre pronto a responder de forma positiva.