Cardeal português destaca-se pelo perfil cultural e proximidade com a linha de pensamento do Papa Francisco
O cardeal português José Tolentino de Mendonça está a ser apontado como um dos principais favoritos a suceder ao Papa Francisco. A informação foi avançada pelo influente jornal italiano La Repubblica, que destaca o perfil cultural distinto do madeirense e a sua capacidade de comunicar com um público vasto. Tolentino, atualmente com 59 anos, é visto como uma das figuras mais promissoras da Igreja Católica, alinhado com a linha reformista e humanista do atual pontífice.
Na análise do La Repubblica, Tolentino surge ao lado de outros nomes de peso como Luis Antonio Tagle, das Filipinas, Pietro Parolin, secretário de Estado do Vaticano, Pierbattista Pizzaballa, patriarca latino de Jerusalém, e Peter Erdo, arcebispo de Budapeste. O jornal salienta que o cardeal português se diferencia pelo seu “forte perfil cultural”, sendo poeta, ensaísta, dramaturgo e teólogo, com várias obras publicadas e premiadas, entre elas a distinção com o Prémio Pessoa em 2023.
Tolentino de Mendonça, natural de Machico, na Madeira, viveu parte da infância em Angola e foi ordenado padre em 1990. Com um percurso académico sólido, licenciou-se em Teologia pela Universidade Católica Portuguesa, onde viria a ser vice-reitor, e doutorou-se em Teologia Bíblica em 2004. Em 2010, assumiu funções na Capela do Rato, um espaço emblemático do Patriarcado de Lisboa, conciliando a vida pastoral com o ensino e a escrita.
A carreira eclesiástica internacional do cardeal português começou a ganhar destaque em 2011, quando foi chamado a Roma por Bento XVI para integrar o Conselho Pontifício para a Cultura. Em 2018, já com Francisco, foi nomeado bispo e, no ano seguinte, elevado a cardeal. Desde 2022, após a reforma da Cúria Romana, lidera o recém-criado Dicastério para a Cultura e a Educação, uma fusão entre dois importantes organismos do Vaticano.
O nome de José Tolentino de Mendonça ganha cada vez mais peso nos bastidores do Vaticano. A sua sensibilidade cultural, visão humanista e proximidade ideológica com o Papa Francisco fazem dele um candidato natural à liderança da Igreja Católica num eventual futuro conclave. O reconhecimento internacional e o prestígio crescente alimentam a expectativa de que Portugal poderá, pela primeira vez, ver um dos seus a ocupar o mais alto cargo da hierarquia eclesiástica.
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