Christian Brueckner, o principal suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, foi descrito como pertencente à “elite” dos criminosos mais perigosos, afirmou o psiquiatra forense Dr. Christian Riedemann durante o julgamento em Braunschweig, Alemanha, esta sexta-feira.
Brueckner, de 47 anos, está a ser julgado por cinco crimes sexuais separados, incluindo três violações e dois casos de abuso infantil, embora não esteja formalmente acusado no caso do desaparecimento de McCann. No entanto, continua a ser o principal suspeito.
O Dr. Riedemann, de 54 anos, especialista e chefe do sistema criminal da Baixa Saxónia, destacou que Christian Brueckner, o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann pertence ao “topo da liga de perigosidade” e está no “1% mais perigoso dos criminosos”. O psiquiatra recomendou que, se condenado, o criminoso seja mantido em detenção preventiva, alertando para o elevado risco de reincidência no prazo de dois anos após a sua libertação.
Apesar de Brueckner, o principal suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, ter recusado cooperar com o psiquiatra, tal como já havia feito em 2019, o Dr. Riedemann baseou a sua avaliação nas provas disponíveis, que remontam ao primeiro crime de abuso infantil cometido por Brueckner durante a sua adolescência.
Entre os materiais examinados pelo perito, destacam-se desenhos perturbadores e entradas de diário que revelam fantasias sexuais envolvendo crianças. “Eles pertencem ao 1% mais extremo de anomalias sexuais, e eu já vi muita coisa”, afirmou o Dr. Riedemann, acrescentando que Christian Brueckner provavelmente sofre de um distúrbio sexual com uma preferência por sadismo e pedofilia.
Caso seja condenado pelos crimes sexuais em julgamento, o perito sublinhou que Christian Brueckner deve ser mantido preso no interesse da segurança pública.
No decorrer do julgamento, um ex-companheiro de cela de Brueckner, o romeno Laurentiu Codin, de 50 anos, afirmou que o suspeito lhe confidenciou ter raptado crianças em várias ocasiões, incluindo Madeleine McCann, em 2007. Codin também afirmou que Brueckner pediu conselhos sobre como obter passaportes falsos e cartas de condução, e se vestígios de ADN poderiam ser encontrados em ossos.
Christian Brueckner tem um histórico criminal extenso, com um padrão de crimes violentos desde a sua juventude. Criado numa família de acolhimento abusiva, foi condenado pela primeira vez por abuso infantil em 1994, aos 17 anos. Posteriormente, fugiu para Portugal, onde continuou a cometer crimes, incluindo a violação de uma mulher americana de 72 anos em 2005, pela qual só seria condenado em 2019. Ele é também acusado de três outras violações em Portugal, incluindo a da irlandesa Hazel Behan em 2004.
Madeleine McCann desapareceu em 2007 da estância balnear de Praia da Luz, no Algarve. Christian Brueckner estava a viver e a trabalhar na zona na altura do desaparecimento, sendo desde então o principal suspeito no caso que continua a chocar o mundo.
A avaliação de Dr. Riedemann reforça a gravidade do perfil de Brueckner o principal suspeito do desaparecimento de Madeleine McCann, que permanece sob vigilância enquanto o julgamento continua a decorrer.