Susana Dias Ramos esteve à conversa com Cristina Ferreira no “Dois às 10”, e falou sobre vários assuntos polémicos
Susana Dias Ramos, licenciada em Psicologia há 21 anos, está no centro de uma nova controvérsia por não estar inscrita na Ordem dos Psicólogos Portugueses, uma questão que tem suscitado algum debate. A comentadora dos reality shows da TVI abordou o tema durante uma conversa com Cristina Ferreira, no programa “Dois às 10”, onde justificou a sua decisão de não pertencer à Ordem.
“Não estou inscrita, porque não quero. Não faço consultas de Psicologia, faço consultas de Psicoterapia. Sou licenciada em Psicologia, especialista em Neuropsicologia Clínica, trabalhei no serviço de Neurocirurgia durante dez anos e, depois, decidi fazer televisão, ter um podcast… e é impossível, é incompatível estar inscrita na Ordem e fazer o que faço na televisão, porque eticamente não deves partilhar determinadas coisas, dar opiniões pessoais”, explicou Susana Dias Ramos.
A comentadora sublinhou que, se estivesse inscrita na Ordem, poderia continuar a comentar nos programas de televisão, mas a situação acarretaria alguns entraves profissionais. “Estar inscrita na Ordem permitia-me ser comentadora, mas, de repente, tenho sete denúncias à Ordem e não faço mais nada do que pagar um dinheirão para a denúncia correr e ser arquivada. Não tenho muita paciência para isso”, afirmou.
Susana defendeu ainda o seu direito à liberdade de expressão e ao exercício das suas atividades sem limitações impostas pela Ordem. “Quero ser livre no que digo. Se um dia eu achar que não quero mais fazer isto, que não quero ter mais esta exposição pública e que quero exercer um serviço numa unidade que me obrigue a estar inscrita, como uma unidade hospitalar, aí volto a inscrever-me e resolvo essa situação”, acrescentou.
A comentadora foi mais longe, explicando algumas das práticas que adota com os seus pacientes, e que, segundo ela, não são vistas com bons olhos pela Ordem. “Quero ser livre para trocar mensagens com os meus pacientes, de meter o nariz na vida deles, de trocar mensagens, mesmo quando eles estão de férias. Faço uma coisa com os pacientes que se chama ‘Diário de Bordo’, que não é ético aos olhos da Ordem. Esse ‘Diário’ é o que os meus pacientes me escrevem, quando não estão comigo. As consultas acontecem de duas em duas ou de três em três semanas, mas, quando as pessoas chegam às consultas, sei tudo o que fizeram ao longo desse tempo”, concluiu.
A explicação de Susana Dias Ramos veio esclarecer a sua posição numa questão que tem dado que falar, abrindo um debate sobre os limites éticos no exercício de profissões regulamentadas.