No mais recente episódio do Passadeira Vermelha, da SIC Caras, Sara Norte deixou todos os presentes comovidos ao recordar a última carta que recebeu da mãe, a atriz Carla Lupi…
A partilha, repleta de emoção, revelou momentos profundos de luta e resiliência, que continuam a marcar a vida da comentadora.
Entre lágrimas, Sara recordou que as cartas da mãe eram uma constante durante o período em que esteve presa, ajudando-a a superar momentos difíceis. “Eu recebia muitas cartas da minha mãe, do meu pai e dos meus avós. Guardo todas até hoje, mas há uma que recebi depois da minha mãe ter morrido e que me emociona profundamente”, contou.
A carta em questão, com 36 páginas, capturou não apenas o amor incondicional de Carla Lupi, mas também os desafios que enfrentava na vida. “A minha mãe escrevia muito. Era uma espécie de diário. A meio da carta dizia: ‘Não tenho um euro para comer, estou a passar fome, não sei como vou viver… espera, tocaram à campainha.’ Quando voltou à carta, escreveu: ‘Tu não sabes o milagre que acabou de acontecer, o restaurante aqui debaixo acabou de me vir oferecer todas as refeições.’”
Sara descreveu como estas cartas, repletas de detalhes do quotidiano, a marcaram profundamente. Mesmo recebendo-as após a morte da mãe, as palavras transmitiam a força de uma mulher que lutava até ao fim, apesar das adversidades. “Ela sabia dizer ‘agora vou para o hospital’, ‘agora estão a tratar-me’, e ler isso depois de ela já ter partido doeu-me muito. Mas hoje olho para isso como o retrato de uma mãe lutadora, e é essa memória que quero guardar.”
A comentadora aproveitou para refletir sobre a relação com Carla Lupi, destacando os desafios causados pela doença da mãe, mas também o amor que as unia. “Foi uma mãe que falhou muito, mas porque era doente, não porque queria. Estas cartas são uma forma de cicatrizar as feridas que a minha mãe me fez e que eu também sei que lhe fiz. É muito bonito.”
Além das cartas da mãe, Sara revelou que possui um saco repleto de correspondências enviadas por pessoas especiais da sua vida. Para ela, estas cartas são um tesouro, preservando não apenas palavras, mas também o cheiro e o toque de quem as escreveu. “Espero que a prática de escrever cartas não se perca. É algo bonito que fica para sempre”, concluiu.
A história de Sara Norte, marcada por perdas profundas, como a da mãe em 2012 e da irmã Beatriz em 2020, é um testemunho de força, resiliência e amor que transcende a dor. A sua partilha no Passadeira Vermelha é uma poderosa lembrança da importância das memórias e da capacidade de encontrar beleza mesmo nas adversidades.