A caracterização de Jorge Gabriel gerou críticas nas redes sociais e levantou questões sobre racismo estrutural
Jorge Gabriel, apresentador da RTP, está a enfrentar uma onda de críticas depois de se ter caracterizado como o Rei Mago Baltasar na edição de sexta-feira, 10 de janeiro, do programa Praça da Alegria. O episódio gerou controvérsia quando o apresentador pintou o rosto de negro, ação amplamente considerada como blackface, um ato associado a estereótipos racistas e ofensivos.
Polémica nas Redes Sociais
A caracterização rapidamente desencadeou reações negativas nas redes sociais, com muitos utilizadores a criticar a escolha do apresentador e da produção do programa. Comentários no X (antigo Twitter) destacaram a falta de sensibilidade cultural e histórica por parte da equipa. Frases como “Blackface na RTP em 2025 é muita falta de noção” e “Não há ninguém na produção com o mínimo de noção?” ilustram a indignação de muitos espectadores.
RTP Retira Publicação Após Reações Negativas
A RTP agravou a situação ao divulgar imagens do momento nas suas redes sociais, mas posteriormente apagou as publicações devido à onda de críticas. A emissora pública foi acusada de falta de discernimento ao permitir a caracterização e de não abordar adequadamente a questão do racismo estrutural.
O Contexto Cultural de ‘Blackface’
Blackface refere-se à prática de pintar a pele de negro para retratar pessoas negras, algo historicamente associado a espetáculos racistas que perpetuavam estereótipos negativos. Embora alguns argumentem que a caracterização de Baltasar se insere numa tradição natalícia, esta prática tem vindo a ser criticada em vários países, incluindo Portugal, onde cada vez mais se reconhece o impacto cultural negativo desta ação.
Uma Polémica que Pede Reflexão
O incidente levanta questões importantes sobre a responsabilidade das emissoras públicas em evitar práticas que possam ser interpretadas como insensíveis ou ofensivas. A reação do público demonstra que há uma maior consciência e sensibilidade em relação a temas de racismo e representação cultural, e que a RTP, como televisão pública, tem o dever de promover uma programação inclusiva e consciente.
Jorge Gabriel ainda não se pronunciou publicamente sobre o incidente. Contudo, o episódio reforça a necessidade de formação cultural e ética na produção de conteúdos televisivos, para evitar situações que possam ofender ou marginalizar partes do público.