Atriz de 62 anos não teme o fim, mas preocupa-se com o sofrimento da filha, Alice
Rita Blanco, uma das atrizes mais prestigiadas do panorama artístico português, abordou recentemente um tema delicado, mas inevitável: a morte. Aos 62 anos, a intérprete de Senhora do Mar, da SIC, confessou que não teme o fim da sua própria vida, mas sim o impacto emocional que a sua partida poderá ter na filha, Alice. A revelação foi feita no podcast A Beleza das Pequenas Coisas, onde a artista abriu o coração sobre esta preocupação que a acompanha há anos.
“Não tenho medo nenhum da morte, mas tenho terror que a minha filha sofra com a minha morte. É o meu maior fantasma. Não quero que ela sofra por minha causa, mas não há nada que possa fazer para o impedir”, desabafou. Para tentar minimizar essa dor futura, Rita Blanco chegou a ponderar distanciar-se emocionalmente da filha. No entanto, percebeu que isso seria impossível: “Já pensei em descolar-me mais dela, mas não posso deixar de viver a minha vida de profundo amor com ela”.
A atriz sublinhou ainda que o sofrimento faz parte da vida e que, apesar da sua angústia, acredita que essa experiência poderá ser um processo de crescimento para Alice. “Tenho muito medo do sofrimento da minha filha, mas não se pode impedir os filhos de sofrer. E fará parte e vai ser muito importante para ela para crescer e transformar. A morte faz tanto parte como a vida”, refletiu.
Para além desta preocupação materna, Rita Blanco revelou um desejo muito particular em relação ao seu próprio adeus. Ao contrário de muitas pessoas, que prefeririam partir sem consciência, a atriz quer estar plenamente presente no seu último momento. “Quero assistir imenso à minha própria morte, quero vivê-la, não quero estar inconsciente. Quero saber que vou morrer, porque faz parte, é o meu último momento e quero vivê-lo”, afirmou com serenidade.
A frontalidade e autenticidade de Rita Blanco nesta conversa impressionaram os ouvintes e reforçaram a sua imagem de uma mulher de personalidade forte e transparente. A atriz, que sempre abordou temas da vida sem filtros, mostrou mais uma vez que encara a existência com uma visão realista e corajosa, sem fugir às verdades mais duras.