A série Riscos foi uma explosão de inovação e abertura mental em que a RTP procurou o público mais jovem
A série Riscos, exibida pela RTP entre 1997 e 1998, foi um marco na televisão portuguesa, trazendo para o ecrã temas até então pouco explorados, especialmente no contexto da juventude. Criada com o intuito de retratar as dificuldades, dilemas e escolhas da adolescência, esta produção não só captou a atenção do público jovem, mas também conseguiu abrir discussões relevantes na sociedade portuguesa.
Enredo e Contexto
“Riscos” acompanhava a vida de um grupo de jovens que frequentava uma escola secundária em Lisboa. A narrativa abordava, de forma realista, temas como o consumo de drogas, gravidez na adolescência, bullying, homossexualidade, SIDA, e outros desafios comuns enfrentados pelos jovens nos anos 90. A abordagem corajosa e direta destes temas, até então considerados tabu, tornou a série numa referência cultural.
Produção e Elenco
A série foi realizada por Manuel Amaro da Costa e Santa Martha. Foi produzida pela Panavideo para a RTP e contava com um elenco que incluía atores como Alexandra Lencastre, Ana Zanatti e Diogo Infante, muitos dos quais se tornaram conhecidos do público a partir desta produção. A participação de atores jovens e talentosos foi essencial para transmitir autenticidade aos temas tratados.
Elenco Principal
- Alexandra Lencastre – Lídia
- Ana Rocha – Mariana
- Ana Zanatti – Margarida
- Diogo Infante – Pedro
- Edmundo Rosa – Bruno
- Fernando Martins – Diogo
- Frederico Ferreira – André
- Margarida Marinho – Vera
- Marta Furtado – Daniela
- Paula Neves – Maria João
- Sara Gonçalves – Rita
Personagens que Ressoaram
A diversidade de personagens foi uma das maiores forças de “Riscos”. Cada jovem tinha um histórico distinto, refletindo uma ampla gama de experiências e desafios. Esta pluralidade permitiu que os espectadores se identificassem com diferentes perspetivas, reforçando o impacto emocional da série. Personagens como o rebelde Vasco, a confusa Ana, e o sonhador Miguel ficaram na memória de quem acompanhou a série.
Impacto Social
Num período em que muitos dos temas abordados por “Riscos” ainda eram considerados tabu, a série contribuiu significativamente para a sensibilização do público. O seu caráter educativo foi frequentemente elogiado, especialmente pela maneira como introduzia questões difíceis de forma direta mas não sensacionalista. Além disso, “Riscos” gerou debates em famílias, escolas e nos media, funcionando como uma ferramenta para aumentar a consciência social.
Banda Sonora
Outro aspeto marcante de “Riscos” foi a sua banda sonora, composta por músicas de artistas nacionais e internacionais que capturavam o espírito da época. Este elemento ajudou a criar uma maior ligação emocional entre a narrativa e o público jovem.
Legado
Embora “Riscos” tenha terminado em 1998, o seu impacto persiste. A série abriu caminho para outras produções televisivas que abordaram temáticas sociais de forma mais aberta. Para muitos que cresceram nos anos 90, “Riscos” continua a ser uma referência nostálgica e uma lágrima de saudade por uma época em que a televisão não só entretinha, mas também educava e fazia refletir.
Hoje, ao revisitarmos “Riscos”, vemos como uma obra que não só captou a essência de uma geração, mas também ajudou a moldá-la. Uma série que, sem dúvida, arriscou e triunfou ao deixar uma marca indelével na cultura portuguesa.