De jingles inesquecíveis a histórias emocionantes, os anúncios natalícios que aquecem o coração.
Dezembro é sinónimo de celebração e de uma verdadeira batalha criativa entre marcas. No mundo da publicidade, é nesta altura que as emoções se tornam protagonistas, com as marcas a disputarem um lugar especial na memória e nos corações dos consumidores. Embora hoje os anúncios sejam grandes produções cinematográficas, com mensagens universais de amor, união e partilha, recuando algumas décadas encontramos campanhas mais simples, mas igualmente marcantes, que definiram o Natal de gerações.
Vamos recordar os anúncios que fizeram história e ainda hoje nos arrancam um sorriso, uma lágrima ou aquele suspiro nostálgico.
1. Fantasias de Natal: O Avô e o Coelhinho no Comboio ao Circo
Este é provavelmente o mais nostálgico de todos. Durante 18 anos consecutivos, o anúncio do avô guloso que ia comendo as figuras de uma história – enquanto a neta, esperta, não se deixava enganar – passou nos intervalos da televisão. “Com o Pai Natal e o palhaço no comboio ao circo” é uma das frases que ficou gravada na memória de quem viveu os Natais das décadas de 80 e 90. O impacto foi tanto que o anúncio foi parodiado por Herman José e Gato Fedorento.
2. Bom-Bokas: O Pai Natal Desesperado
Se cresceu nos anos 80, não terá dificuldade em visualizar o Pai Natal deste anúncio. A história era simples, mas cativante: ao deixar para a última hora a compra dos presentes, o Pai Natal depara-se com uma loja quase vazia e, ao pedir as desejadas Bom-Bokas – as bolinhas de chocolate recheadas de baunilha ou morango – recebe a famosa resposta: “Só há estas, são para mim!” A frase tornou-se um verdadeiro bordão nacional e transformou este anúncio num dos mais icónicos da época.
3. Os camiões da Coca-Cola: Um Natal Iluminado
“Holidays are coming” é muito mais do que uma música: é a banda sonora de uma das campanhas mais marcantes da história da publicidade. Os camiões iluminados da Coca-Cola, a deslizar em cenários cobertos de neve, tornaram-se um símbolo do espírito natalício. Com 20 anos de existência, esta campanha é revisitada anualmente, e a marca até promove tours dos camiões, como aconteceu no Reino Unido. Embora não tenha inventado o Pai Natal como o conhecemos, a Coca-Cola conseguiu associar-se de forma indelével à magia do Natal.
4. Sumol: Boas Festas Simples e Criativas
Muito antes dos emojis e da tecnologia moderna, a Sumol provou que bastava um pouco de criatividade para desejar boas festas. Num anúncio simples, uma lata e uma garrafa criavam uma mensagem natalícia com a ajuda de um dedo a formar um emoji artesanal. Sem palavras, mas com muito impacto, este anúncio tornou-se uma pequena obra-prima de simplicidade.
5. A Missa do Gallo: O Azeite com Alma Cinematográfica
Nos anos 90, a marca Gallo trouxe para os ecrãs portugueses um anúncio com uma estética invulgar para a época. O azeite surge apenas por breves segundos, mas a força das imagens – o pão acabado de molhar no azeite, a partilha à mesa – fizeram deste anúncio um marco. Com uma narrativa visual envolvente, capturava a essência das tradições natalícias em Portugal.
6. Leopoldina: A Avestruz que Veio para Ficar
Desde 1993 que a Leopoldina nos leva ao “mundo encantado dos brinquedos”. Inicialmente, ela era apenas uma figura animada que guiava as crianças através do catálogo de Natal do Continente, mas rapidamente ganhou vida própria. Hoje, a Leopoldina está associada a causas solidárias, como a Missão Sorriso, mas continua a ser uma presença constante nas memórias natalícias de várias gerações. Nem a chegada da Popota conseguiu desviar esta avestruz da sua missão.
7. A Minha Agenda: O Presente que Todos Queriam
Nos anos 80, o fenómeno tecnológico era quase inexistente, mas havia um presente que todos os miúdos pediam: “A Minha Agenda”. Este pequeno caderno, com “jogos, magia, diário e receitas”, tornou-se um ícone graças ao seu jingle viciante. Anúncios repetidos até à exaustão durante os intervalos na RTP garantiam que todos sabiam de cor a melodia. Quem não teve uma?
Publicidade e o Espírito do Natal
Embora as campanhas modernas de Natal sejam produções de alta qualidade, com orçamentos milionários, há algo nos anúncios retro que nos transporta para um tempo mais simples. Talvez seja a nostalgia, talvez seja a ingenuidade das histórias ou os jingles que não conseguimos esquecer. O certo é que, ano após ano, continuamos a recordar estes momentos publicitários como parte das nossas memórias natalícias. Afinal, o Natal não é só sobre o que recebemos, mas sobre o que partilhamos – e estes anúncios fizeram exatamente isso: partilhar emoções que ainda hoje guardamos no coração.