Pontífice escolheu um benfeitor para custear as cerimónias e pediu sepultura simples com nome em latim: “Franciscus”
O Papa Francisco surpreendeu ao romper com uma tradição centenária do Vaticano ao designar um benfeitor particular como responsável pelo pagamento do seu funeral. A decisão, inédita na história recente da Igreja Católica, consta no seu testamento, no qual o pontífice jesuíta delineou também os pormenores sobre o seu último desejo de descanso eterno: uma sepultura simples, desprovida de ornamentos e marcada apenas com o nome em latim: “Franciscus”.
Conhecido pela sua humildade e constante apelo à sobriedade, Francisco deixa assim um legado de desapego material, mesmo após a morte. Segundo fontes próximas ao Vaticano, o Papa quis evitar gastos excessivos e cerimoniais sumptuosos, em sintonia com os valores que sempre defendeu durante o seu pontificado: simplicidade, proximidade aos mais pobres e despojamento.
O gesto do Papa gerou reações de admiração entre fiéis e líderes religiosos, muitos dos quais veem esta atitude como um testemunho final de coerência espiritual e ética pessoal. Ao confiar o financiamento das cerimónias a um benfeitor, o pontífice reforça também a ideia de que o papel de um Papa não é reinar, mas servir — uma mensagem clara para o futuro da Igreja.
A escolha de uma lápide sem adornos, apenas com a inscrição “Franciscus”, é vista como um símbolo de modéstia e igualdade perante a morte. Contrasta com os túmulos ornamentados dos seus antecessores, situados na cripta da Basílica de São Pedro. Ainda não se sabe se Francisco será sepultado no mesmo local ou optará por outro espaço sagrado, mas o desejo de anonimato visual é claro.
O testamento, revelado por fontes vaticanas após a morte do Papa, já está a ser descrito como um dos mais humildes e disruptivos da história contemporânea da Igreja. Ao seguir o exemplo de São Francisco de Assis até ao fim, o pontífice deixa uma mensagem profunda: até na morte, o caminho do cristão é o da simplicidade.





