Mulher perde filho no parto, rouba bebé de sem-abrigo…
Uma mulher de 39 anos foi detida esta segunda-feira na cidade brasileira de Fortaleza, capital do estado do Ceará, no nordeste do país. Ela é acusada de roubar o filho de uma mulher sem-teto após perder o próprio bebé durante o parto. O recém-nascido roubado foi encontrado com a ajuda da ferramenta tecnológica Amber Alerts, que lança alertas sobre crianças desaparecidas para milhares de pessoas numa determinada região.
Segundo as investigações, a mulher detida foi incriminada pelos crimes de rapto e sequestro de vulnerável, termos legais que se aplicam a menores. Ela esteve grávida semanas antes, mas perdeu o bebé logo após o parto e não conseguiu aceitar a perda. Ao regressar a casa, no bairro Sabiaguaba, onde foi detida, a mulher não mencionou a morte do bebé e inventou que o filho tinha nascido com complicações e precisava permanecer na maternidade por razões de segurança, até se recuperar.
Usando essa desculpa, a mulher começou a passar longas horas fora de casa todos os dias, supostamente para ficar junto do filho no hospital, mas na verdade tinha outros planos. Ricardo Pinheiro, diretor da Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa, DHPP, da Polícia Judiciária de Fortaleza, informou que a suspeita começou a frequentar locais onde há toxicodependentes e pessoas sem-teto, à procura de uma mulher que tivesse acabado de dar à luz um bebé que pudesse apresentar como seu.
No sábado, 24 de fevereiro, a oportunidade que ela esperava surgiu quando uma jovem sem-teto, que tinha dado à luz cerca de dois meses antes e com quem a suspeita se tinha aproximado com a pretensa intenção de ajudar, pediu-lhe para cuidar do bebé enquanto resolvia algumas questões. Com o bebé nos braços, a mulher esperou o momento certo e saiu da pensão social sem chamar a atenção, dirigindo-se para casa e apresentando o recém-nascido à família como se fosse o filho que tinha perdido.
No entanto, a verdadeira mãe do bebé, ao perceber o desaparecimento do filho e da mulher que fingia ser sua amiga, procurou a polícia. Além de iniciar outras diligências, a Polícia Civil (Judiciária) ativou a ferramenta Amber Alerts, resultado de um acordo entre o governo brasileiro e a empresa Meta, proprietária do Instagram, Facebook e WhatsApp. Através dessa ferramenta, fotos do recém-nascido e um retrato falado da suspeita foram divulgados para todos os telefones num raio de 160 km, e ambos foram rapidamente identificados e denunciados à polícia.