A Depressão Isolada em Altitude pode trazer fenómenos extremos a França, Espanha e outras regiões europeias
Depois de uma breve pausa com condições meteorológicas mais estáveis, a Europa Ocidental e partes do sul do continente estão na iminência de enfrentar um novo episódio de mau tempo. A partir de terça-feira, 12 de novembro, uma Depressão Isolada em Altitude (DANA, conhecida em português como DINA) irá descolar-se da circulação atmosférica habitual, posicionando-se sobre a Península Ibérica e possivelmente afetando Portugal Continental. As previsões dos principais modelos meteorológicos indicam a possibilidade de chuvas intensas, tempestades severas e uma acentuada queda de temperatura, semelhante ao cenário que levou à catástrofe em Valencia no final de outubro.
Este fenómeno meteorológico de ar frio pode gerar instabilidade significativa, com fortes trovoadas, precipitação intensa, granizo e, em casos mais graves, até tornados. O Sudoeste de França aparece como uma das regiões com maior risco de enfrentar estes eventos climáticos extremos, com previsões de precipitação impressionantes que variam entre 150 a 400 mm em 24 horas, conforme os modelos AIFS-ECMWF e UKMO-HD. Esta quantidade de chuva poderá levar a inundações e enxurradas perigosas, mas o cenário ainda carece de precisão, sendo necessário acompanhamento contínuo até os modelos meteorológicos regionais de alta definição fornecerem informações mais detalhadas.
França, no entanto, não é o único país em alerta. Antes que esta DANA se posicione sobre a Península Ibérica, outra depressão isolada irá afetar os Balcãs, particularmente entre 11 e 12 de novembro. O leste de Itália e o oeste da Grécia devem estar em alerta para eventos de instabilidade, incluindo chuvas fortes, risco de inundações, granizo e ventos severos, com possibilidade de formação de tornados. Apesar das incertezas, a água precipitável em algumas áreas poderá alcançar até 200 mm, exigindo máxima cautela por parte das autoridades e das populações.
Portugal também sentirá os efeitos desta perturbação, embora de forma mais moderada. As temperaturas, atualmente acima da média, deverão cair até 10°C, com a possibilidade de geadas e neve nas zonas mais altas, dependendo da trajetória da depressão. No entanto, a quantidade de precipitação será mais limitada, e o impacto dependerá da interação com o anticiclone no Atlântico. O modelo GFS sugere cenários diferentes, com a depressão a desviar-se para oeste ou a posicionar-se sobre território nacional, o que pode alterar significativamente os padrões de chuva.
Com o fim antecipado do Verão de São Martinho, os próximos dias serão decisivos para acompanhar a evolução deste fenómeno. As alterações climáticas são um fator agravante, tornando eventos meteorológicos extremos, antes considerados raros, cada vez mais frequentes. A incerteza é grande, e o monitoramento contínuo será essencial para garantir a segurança das populações.