A influente empresária bilionária, que moldou a icónica Strip de Las Vegas ao lado do ex-marido Steve Wynn, deixa um legado indelével no mundo do luxo, do entretenimento e da filantropia
O mundo dos negócios e do entretenimento de Las Vegas está de luto com a notícia do falecimento de Elaine Wynn, a carismática e visionária cofundadora do prestigiado grupo de hotéis e casinos Wynn Resorts. A empresária bilionária, que desempenhou um papel crucial na criação e transformação da empresa numa das marcas de resorts de luxo mais aclamadas globalmente, morreu aos 82 anos, conforme anunciou a sua própria companhia esta terça-feira. O comunicado oficial não detalhou as circunstâncias da sua morte, deixando um vazio na comunidade que admirava a sua energia e visão.

Nascida em Nova Iorque em 1943, Elaine Wynn adotou o apelido do seu ex-marido, Steve Wynn, o herdeiro de salões de bingo da Costa Leste com quem partilhou um casamento turbulento, marcado por duas uniões e dois divórcios ao longo de 44 anos. Juntos, os Wynn formaram uma dupla dinâmica que revolucionou a paisagem de Las Vegas, fundando as cadeias de luxo Wynn Resorts e Mirage Resorts. A eles é amplamente creditada a revitalização da famosa Strip, incluindo a criação de hotéis icónicos como o Bellagio, com a sua mundialmente conhecida fonte dançante, e o Mirage, com o seu espetacular vulcão em erupção.
Apesar do divórcio definitivo de Steve Wynn em 2010, Elaine manteve-se como a maior acionista individual da Wynn Resorts, demonstrando a sua perspicácia empresarial e o seu compromisso com o sucesso da empresa que ajudou a construir. Paralelamente à sua carreira nos negócios, Elaine Wynn dedicou-se intensamente ao trabalho filantrópico, com um foco especial nas artes, na educação e no bem-estar das crianças em Las Vegas. O seu obituário destaca o seu incansável apoio à cidade que ajudou a moldar e às causas que lhe eram mais caras.
A notícia da morte de Elaine Wynn gerou uma onda de pesar entre figuras políticas e empresariais de Las Vegas. A presidente da Câmara, Shelley Berkley, lamentou a perda de uma visionária que planeava inclusive abrir um museu de arte na cidade, enriquecendo ainda mais a sua oferta cultural. O governador do Nevada, Joe Lombardo, descreveu-a como uma “mulher de negócios visionária”, reconhecendo o seu impacto duradouro na economia e na imagem do estado. A sua influência estendeu-se para além do mundo dos negócios, tocando a vida de muitos através do seu trabalho filantrópico e da sua paixão por Las Vegas.
A vida pessoal de Elaine Wynn também foi marcada pela sua relação complexa com Steve Wynn, com quem teve duas filhas. O divórcio definitivo do casal intensificou-se em 2018, quando Steve Wynn foi acusado de assédio sexual, um escândalo que o forçou a retirar-se da sua própria empresa e que, segundo ele próprio sugeriu, teria sido “instigado” pela sua ex-mulher. Apesar dos altos e baixos da sua vida pessoal, o legado de Elaine Wynn como uma força motriz na indústria do entretenimento e uma defensora fervorosa de causas sociais permanece inabalável, marcando para sempre a história de Las Vegas.