Na noite desta terça-feira, 22 de outubro, a jornalista Carolina Resende Matos e o repórter de imagem Guilherme Agostinho, da CNN Portugal, enfrentaram momentos de verdadeiro pânico enquanto faziam a cobertura dos desacatos no Bairro da Portela, em Carnaxide…
Os confrontos começaram no dia anterior, 21 de outubro, após a morte de um homem baleado pela Polícia de Segurança Pública (PSP), e a violência continuou a escalar.
Durante a reportagem em direto, a equipa de jornalistas foi forçada a abandonar o local às pressas quando um grupo de manifestantes começou a incendiar pneus e bidões de gasolina, gerando um cenário caótico.
A situação tornou-se ainda mais grave quando um morador tentou impedir a equipa de filmar, levando à vandalização e roubo do carro da CNN.
Carolina relatou os momentos de tensão que viveu, explicando que, ao ver o repórter Guilherme a fugir, entrou rapidamente no carro. No entanto, foi cercada por um grupo de sete ou oito pessoas que tentavam quebrar o vidro do veículo.
“Ou eles me partem o vidro e entram, e matam-me aqui, ou enchem-me de porrada”, descreveu a jornalista, ainda abalada pelo trauma. Ela tomou a decisão de sair do carro e buscar refúgio junto de moradores, num momento de pura adrenalina.
Um morador local ofereceu ajuda, retirando Carolina da zona de perigo e levando-a para junto da polícia, que aguardava no final da rua.
“Um senhor diz-me: ‘Venha comigo que eu tiro-a daqui’”, contou a jornalista, que foi resgatada por moradores corajosos que a ajudaram a escapar da situação. Graças a essa intervenção e ao apoio da PSP, Carolina conseguiu chegar a um local seguro.
Nas redes sociais, Carolina Resende Matos expressou sua gratidão pelas pessoas que, sem a conhecerem, a acolheram e salvaram. “Só queria agradecer do fundo do coração à família que sem me conhecer me abriu a porta do prédio e me salvou a vida”, escreveu.
A jornalista também elogiou a PSP pela rápida atuação, enviando uma equipa de investigação criminal para garantir a sua segurança em meio ao caos que tomava conta do bairro.
O incidente em Carnaxide reflete os perigos que muitos jornalistas enfrentam no terreno, especialmente quando cobrem conflitos urbanos. A coragem de Carolina e Guilherme, bem como o apoio dos moradores e das autoridades, foram fundamentais para evitar uma tragédia maior.
A violência no Bairro da Portela continua a ser monitorada, enquanto a comunidade e as forças de segurança buscam restaurar a paz na área.






