João Baião, de 61 anos, fez revelações surpreendentes durante a sua participação no podcast Watch Tm, de Pedro Teixeira da Mota…
O apresentador da SIC não escondeu a sua frustração ao denunciar a discriminação que sente em relação às suas peças de teatro por parte de alguns recintos artísticos em Portugal. Segundo Baião, existem espaços que recusam o teatro de entretenimento, privilegiando apenas produções com uma estética mais intelectual.
“Não queremos cá teatro de entretenimento”
Durante a conversa, João Baião destacou que esta exclusão não acontece por razões financeiras, mas sim por uma questão de mentalidade elitista. “Há essa mentalidade de alguns espaços de acharem que aquele espaço tem que ser para uma estética muito mais profunda, não queremos cá teatro de entretenimento”, afirmou, criticando a visão restritiva de certos programadores culturais.
A hipocrisia dos programadores teatrais
O apresentador e ator também apontou o dedo a algumas figuras do meio artístico que mudaram de postura ao longo dos anos. Sem revelar nomes, Baião denunciou um programador que, no passado, fez parte de uma banda popular e chegou a trabalhar com Fernando Mendes num espetáculo de revista. No entanto, agora que ocupa um cargo de decisão, rejeita esse mesmo género teatral. “Hoje em dia, sendo ele programador de um dos teatros, é um dos géneros que não aceita e só quer coisas profundo-intelectuais”, lamentou.
Teatros fechados a outros estilos
João Baião reforçou a ideia de que os teatros devem ser espaços abertos a diferentes formas de expressão artística e mostrou-se indignado com o facto de algumas salas recusarem até mesmo aluguer pago para a realização dos seus espetáculos. “Não vou dizer nomes, mas acho graça que há um espaço onde, mesmo que tu queiras alugar e pagar o aluguer do espaço, nem assim te dão”, revelou.
O papel do teatro de entretenimento
O apresentador da SIC, que ao longo da carreira tem apostado em espetáculos de revista e teatro popular, defende que o entretenimento tem um papel fundamental na cultura. “O teatro de revista e de comédia tem uma tradição fortíssima em Portugal e continua a encher salas. É injusto que seja visto como um género menor”, frisou.
Conclusão
A denúncia de João Baião levanta uma questão importante sobre o elitismo em certos espaços culturais. O debate sobre a diversidade no teatro português está aberto, e a posição do apresentador pode ajudar a dar voz a um setor muitas vezes desvalorizado, mas que continua a atrair multidões. Será que a visão sobre o teatro de entretenimento irá mudar? O tempo dirá.