Fernando Valente, acusado do homicídio de Mónica Silva, inclui os próprios pais no rol de testemunhas. Tribunal de Aveiro conduz julgamento à porta fechada devido à gravidade do caso
O julgamento de um dos casos mais mediáticos dos últimos tempos, relacionado com a morte de Mónica Silva, grávida de oito meses, arranca na próxima segunda-feira, no Tribunal de Aveiro. Fernando Valente, empresário e principal suspeito do crime, será julgado por homicídio qualificado, profanação e ocultação de cadáver, bem como por aborto agravado. Num desenvolvimento surpreendente, o arguido decidiu arrolar como testemunhas os próprios pais, Rosa Cruz e Manuel Valente.
A estratégia de defesa de Fernando Valente poderá visar reforçar a sua versão dos acontecimentos com apoio familiar, numa tentativa de contrariar o pesado conjunto de acusações que enfrenta. A inclusão dos pais como testemunhas levanta questões sobre o papel destes no enredo do crime ou na vida pessoal do arguido nos dias que antecederam o trágico desfecho.
Mónica Silva foi assassinada a 3 de outubro de 2023, numa noite que culminaria na sua morte brutal, estando ainda por esclarecer diversos contornos do caso. A vítima encontrava-se grávida, o que agrava substancialmente os crimes imputados ao empresário, tornando este um dos processos judiciais mais chocantes dos últimos anos em Portugal.
Dada a natureza especialmente sensível e violenta dos factos em análise, o coletivo de juízes determinou que o julgamento decorrerá à porta fechada. Esta medida visa proteger a dignidade da vítima e preservar a privacidade das partes envolvidas, sobretudo tendo em conta o elevado interesse mediático em torno do caso.
O país estará atento ao desfecho deste julgamento, que promete trazer à tona novos pormenores sobre a morte de Mónica Silva e o alegado envolvimento de Fernando Valente. As declarações dos pais do arguido poderão revelar informações cruciais para compreender o perfil e motivações do suspeito, num processo que marca profundamente a opinião pública.