No fatídico 3 de outubro, a vila de Murtosa viu-se envolta em circunstâncias extraordinárias no desaparecimento de Mónica Silva. Nesse dia crucial, as ações peculiares dos familiares de Fernando Valente, único suspeito detido em prisão domiciliária por homicídio e profanação do cadáver da vítima grávida de sete meses, destacaram-se de maneira intrigante.
Manuel, pai de Fernando, dirigiu-se solitariamente ao Hospital de Aveiro naquela tarde, queixando-se de intensas dores no cotovelo esquerdo. Após receber alta por volta das 19h00, regressou à Murtosa, desligando seu telefone no mesmo instante. Cerca de uma hora depois, o mesmo ocorreu com o aparelho de Fernando Valente, supostamente agendado para um encontro noturno com Mónica Silva.
Enquanto o patriarca estava hospitalizado, Fernando colaborava com a mãe em uma residência na Murtosa, posteriormente vendida por aproximadamente 200 mil euros, revelando-se um ponto de interesse que a Polícia Judiciária de Aveiro, responsável pela busca do corpo de Mónica, estranhamente não investigou.
O caso de Mónica Silva evoca trágicas lembranças dos desaparecimentos de Joana e Maddie no Algarve, cujos corpos permanecem elusivos apesar dos esforços incansáveis das autoridades. A história de Mónica parece encaminhar-se para um desfecho semelhante, com todas as tentativas de localizar o corpo, incluindo mergulhos infrutíferos na ria de Aveiro, deixando a busca dependente de uma confissão milagrosa do autor do crime.