A ex-concorrente do ‘Big Brother 2024’ faz revelações sobre saúde mental, censura e o impacto emocional do programa
Daniela Ventura, deu uma entrevista surpreendente à revista TV Guia, onde lançou acusações graves à produção do reality show da TVI. A jovem de 25 anos, que se destacou pelo seu temperamento forte e decisões polarizadoras dentro da casa, revelou que vive com transtorno de personalidade borderline e que foi impedida de falar sobre a sua medicação e até mesmo sobre a sua fé enquanto esteve no programa.
De forma direta e sem rodeios, Daniela confessou que atravessou momentos extremamente difíceis, sobretudo após o fim do seu relacionamento com David Maurício, outro ex-concorrente do programa. O desgosto amoroso teve um forte impacto na sua saúde mental, obrigando-a a recorrer novamente a apoio psicológico. “Sempre tive ajuda porque sofro de ‘borderline’. Falei disso na Curva da Vida, mas foi cortado”, desabafou, mostrando frustração por sentir que parte importante da sua história foi ocultada ao público.
A ex-concorrente explicou ainda como o transtorno borderline afeta o seu quotidiano, caracterizando-o por flutuações emocionais intensas ao longo do dia. “Posso estar bem, depois ter um ataque de raiva, a seguir ficar eufórica, depois depressiva, ao ponto de ser suicida”, revelou. Durante o tempo que esteve na casa, Daniela afirma que estava com a medicação incorreta, o que agravou ainda mais os episódios de instabilidade emocional — e a produção, segundo ela, impediu-a de falar abertamente sobre esse tema. “Chamavam-me ao confessionário para não falar da medicação… nem da minha religião.”
Após abandonar o programa e o mediatismo do relacionamento com David, Daniela foi vista em Londres e Lisboa, dedicando-se a um novo projeto pessoal, que prefere manter em segredo por agora. “É algo feito à medida”, afirma. Embora ainda não possa trabalhar a tempo inteiro devido à sua condição médica, tem-se mantido ativa com projetos em regime freelance. “Tenho é que tratar de mim. Não vou desgastar-me como antes”, diz, reforçando a importância do autocuidado e ignorando críticas externas.
Estas declarações reabrem o debate sobre os limites da exposição de participantes em reality shows, sobretudo quando envolvem questões de saúde mental. Daniela Ventura termina a entrevista com uma crítica clara à forma como foi retratada: “Para eles, sempre fui só a vilã do jogo”. A jovem, no entanto, parece determinada a reescrever a sua narrativa longe das câmaras e com mais controlo sobre a sua própria voz.