A atriz Custódia Gallego recordou a trágica perda do filho Baltazar, em 2018, durante uma entrevista com Júlia Pinheiro, onde partilhou a dor de ser uma mãe enlutada e a difícil aceitação da realidade…
Na tarde desta sexta-feira, 10 de outubro, Custódia Gallego esteve no programa Júlia, da SIC, para falar sobre um dos momentos mais duros da sua vida: a perda do seu filho Baltazar, que faleceu em 2018, vítima de cancro.
A atriz abriu o coração, partilhando como lidou com a dor e o luto, um processo que continua a ser desafiante, seis anos depois da tragédia.
“Eu Fui Agressiva com a Circunstância”
Relembrando os momentos após a perda de Baltazar, Custódia confessou que a sua primeira reação foi de revolta.
“Eu fui agressiva com a circunstância. Levei muito tempo a aceitar a realidade, mesmo sabendo que era uma realidade, mas tudo era injusto”, afirmou a atriz, explicando que a raiva direcionou-se a todos que, de alguma forma, faziam lembrar a ausência do filho.
Custódia mencionou que até pessoas desconhecidas, como aqueles que simplesmente punham músicas no lugar do seu filho, despertavam nela uma enorme fúria.
A atriz também culpou os médicos, questionando o otimismo inicial de quem acreditava que a situação poderia ter um final diferente: “A médica que me disse que isto ia correr bem, não correu, portanto também era para desaparecer”, desabafou.
A Dor Inconsolável do Luto
Custódia Gallego foi sincera ao admitir que ainda não consegue entender completamente o que significa “fazer o luto” e confessou que, mesmo depois de seis anos, ainda luta para aceitar a realidade da perda de Baltazar.
“Não sei qual é o conjunto de circunstâncias e sintomas que fazem com que se diga ‘fiz o luto’”, disse, sublinhando que tem trabalhado para aceitar a realidade sem o peso da raiva que inicialmente carregava.
A atriz reconhece que a dor nunca desaparecerá completamente.
“Agora, se deixarei alguma vez de sentir que o universo foi muito injusto com ele, duvido”, revelou, mostrando que, embora tenha avançado no seu processo de aceitação, o sentimento de injustiça em relação à perda do filho continua a ser uma ferida aberta.
Uma Relação Próxima com os Amigos do Filho
Assim como partilhou em entrevistas anteriores, Custódia mantém uma relação próxima com os amigos de Baltazar. Anualmente, reúne-se com eles no aniversário do filho, numa tentativa de manter viva a sua memória.
“É como vivenciá-lo outra vez naquele dia. E depois a seguir é horrível. Depois vêm todas as razões ‘porque é que eu tenho tantas saudades?’. É tão mau ele não estar aqui”, confessou, expressando a angústia que a acompanha após esses momentos.
O Impacto Permanente da Perda
Durante a conversa com Júlia Pinheiro, a atriz fez questão de sublinhar que, embora esteja a aprender a viver com a perda, o sentimento de saudade e injustiça em relação à vida de Baltazar nunca desaparecerá por completo.
“Aceitar a realidade, porque a realidade é esta. Não há nada a fazer!”, afirmou com resignação, reconhecendo que a ausência do filho continua a ser uma dor constante na sua vida.
Conclusão: Uma Mãe em Luto que Procura Aceitação
Custódia Gallego partilhou, de forma comovente, a sua jornada de luto e as dificuldades em lidar com a perda do seu filho. Seis anos após a morte de Baltazar, a atriz continua a lutar com a dor e o sentimento de injustiça, enquanto tenta encontrar formas de aceitar a realidade.
A sua história é um poderoso lembrete de que o processo de luto é complexo e, para muitos, não há um ponto final. As memórias, o amor e a saudade permanecem, tornando a aceitação uma tarefa contínua.