Apesar de não haver impedimento legal, a participação eleitoral para os concorrentes do reality show enfrenta obstáculos práticos durante o confinamento televisivo
Nos bastidores do Secret Story 9, circula uma das questões mais curiosas para esta temporada: será que os concorrentes poderão votar nas próximas eleições autárquicas? Oficialmente, nada impede que exerçam esse direito — desde que cumpram os requisitos legais de inscrição eleitoral —, mas, na prática, essa possibilidade encontra fortes obstáculos durante a sua estadia na casa.
O principal entrave prende-se com a logística e a impossibilidade de sair da casa para se deslocar às assembleias de voto. Durante o período em que permanecem no programa, os concorrentes estão sujeitos às regras impostas pela produção, o que dificulta o cumprimento de obrigações cívicas externas. Para além disso, as urnas abertas para as autárquicas normalmente funcionam num horário fixo que pode coincidir com momentos em que os concorrentes não têm permissão para sair ou se deslocar.
Outro fator que deverá pesar é a distância entre o local de confinamento e as freguesias eleitorais de cada concorrente. Mesmo que alguns residam em concelhos diferentes, o deslocamento exigido para votar pode não ser viável, especialmente sem viatura ou autorização da produção. Muitos concorrentes recorrem a apoios logísticos externos, mas isso pode ser vetado pelas regras do formato do programa.
Do ponto de vista legal, a participação como eleitor depende de estarem recenseados no local das eleições. Se um concorrente estiver inscrito numa freguesia diferente daquela onde está fisicamente presente quando as eleições ocorrem, terá de se deslocar para cumprir esse voto, o que torna a operação ainda mais difícil durante o confinamento. Esta distância normativa entre o direito e a prática política é forte motivo de debate entre fãs e juristas.
Em suma, embora os concorrentes do Secret Story 9 não estejam impedidos de votar nas eleições autárquicas, as exigências do programa, a impossibilidade de mobilidade e as regras da produção tornam essa opção bastante improvável para a maioria. Este detalhe acrescenta uma camada inédita de curiosidade ao reality show, refletindo como a participação num programa televisivo pode colidir com direitos e deveres cívicos.






