Partido liderado por André Ventura opõe-se à presença do cantor em Azambuja e alerta para “valores da Festa Brava” que diz estarem em risco com esta escolha artística
O partido Chega, através do Núcleo Concelhio de Azambuja, veio a público emitir um comunicado contundente contra a presença do cantor Nininho Vaz Maia como cabeça de cartaz na Feira de Maio 2025, que se realiza de 22 a 26 de maio, no concelho de Azambuja. A posição surge dias após as eleições legislativas de 18 de maio, que poderão ter solidificado o partido como segunda força política no país.
Na nota divulgada, o Chega começa por enaltecer os valores do Ribatejo, exaltando tradições como o Campino, o Cavalo Lusitano e o Toiro Bravo como pilares da cultura local. O partido sublinha que a Feira de Maio é um momento de identidade rural e tauromáquica que deve ser respeitado. “São valores que o Partido CHEGA! defende e sempre defenderá, o nosso Mundo Rural”, lê-se no início do comunicado.
A polémica surge, no entanto, com a crítica direta à atuação de Nininho Vaz Maia, apontado como “incompatível com os princípios do Mundo Rural”. O partido alega que a escolha do cantor “ofende os princípios do Camponês, do Campino, do Cavaleiro, do Folclorista” e do “Homem Ribatejano, humilde, de trabalho árduo”.
O comunicado torna-se ainda mais incisivo ao recordar o passado judicial de Nininho Vaz Maia, afirmando que, além da carreira musical, o cantor “é conhecido por um passado ligado à prática de rixas” e encontra-se “constituído arguido por fortes suspeitas de branqueamento de capitais aliada a uma rede suspeita de tráfico de droga”. O partido reconhece o princípio da presunção de inocência, mas sublinha que existe uma “condenação com trânsito em julgado”, referindo-se a factos passados.
Por fim, o Chega apela ao Executivo Municipal de Azambuja para que reconsidere a escolha, defendendo que a contratação de Nininho Vaz Maia “não dignifica os valores da festa” e poderá causar um “dano irreparável” na tradição ribatejana. Afirmam ainda que esta decisão deve ser tomada com “elementar bom senso”, priorizando os valores locais em detrimento de “modas” ou “pluralidade de gostos”.
