Bryan Adams está de regresso a Portugal, um país que conhece bem, inicialmente para apenas um concerto, mas que depressa se transformaram em quatro, tal a adesão por parte do público português. Ontem, em Gondomar, foi o primeiro, num espetáculo para todas as idades e um show de rock pela discografia do versátil cantor.
Bryan Adams nasceu a 5 de novembro de 1959 em Kingston, Ontário, no Canadá. Filho de pais britânicos, cresceu numa família com laços militares, o que o levou a viver em vários países, incluindo Portugal, durante a sua infância, facto que o cantor deu grande destaque, seja pelas variadíssimas referências ao nosso país, pelas várias palavras que proferiu em português e por uma breve sessão de fotografias, já mais para o final, dedicadas aos anos em que viveu cá.
Bryan Adams destaca-se não só pela voz rouca inconfundível e letras emotivas, mas também pela energia dos seus concertos ao vivo. Reckless cimentou o seu lugar como uma das maiores estrelas do rock da época, valendo-lhe múltiplos prémios e reconhecimento global. Porém, não é só de Rock que Bryan vive, pois também as baladas marcaram toda uma geração.
Nos anos 90, Bryan Adams tornou-se sinónimo de baladas inesquecíveis. Em 1991, a sua colaboração com o filme Robin Hood: Prince of Thieves resultou no single (Everything I Do) I Do It for You. A música liderou os tops em mais de 30 países, passando 16 semanas consecutivas no primeiro lugar no Reino Unido, um recorde que perdurou por anos.
Outros grandes sucessos em trilhas sonoras incluem All for Love (1993), com Rod Stewart e Sting, para o filme The Three Musketeers, e Have You Ever Really Loved a Woman? (1995), que integrou a banda sonora de Don Juan DeMarco.
Bryan Adams também se destaca pela sua dedicação a causas humanitárias e ambientais. Criou a Bryan Adams Foundation, que apoia projetos educacionais e de combate à pobreza. Além disso, é um fotógrafo premiado, tendo publicado livros e colaborado com revistas de renome.
Ao longo da sua carreira, Bryan Adams demonstrou uma incrível versatilidade. Com mais de 15 álbuns de estúdio, entre eles Waking Up the Neighbours (1991) e So Happy It Hurts (2022), nome da tour que vai visitar Portugal nos próximos dias, transitou entre o rock, pop e música acústica, sempre mantendo a autenticidade que o caracterizou desde o início e até com direito a um carro voador que, nos momentos certos, sobrevoava o público presente. Um miminho do cantor para espicaçar o público desejoso de o ouvir.
A digressão por Portugal, de nome So Happy It Hurts, é uma viagem pela sua carreira, com os maiores êxitos, algumas músicas mais recentes e com os clássicos a que já nos habitou. Em Gondomar, viveu-se um bocadinho de toda a carreira de Bryan Adams, ao longo de mais de duas horas de concerto, intervalando a nostalgia de Please Forgive Me (So Far So Good, 1993) e momentos de puro Rock and Roll como Summer of ’69 (Reckless, 1984).
Apesar dos seus 65 anos, Bryan Adams está um jovem. Ele salta, ele grita, ele entusiasma e vibra com o público, tal como a sua banda que, cada um à sua maneira e no seu momento, brilhou e presenteou o público ávido, com um solo em cada uma das suas especialidadea. E por referir idades, é de enaltecer a mescla de faixas etárias no concerto de ontem. Desde um público mais novo a um público mais “velho” foi genuinamente difícil perceber a quem mais dizia o reportório de músicas apresentado, tal a forma como cada um respondia a cada música tocada.
(Everything I Do) I Do It for You (Waking Up the Neighbours, 1991) foi, para mim, um dos momentos mais altos, cantado em uníssono por um pavilhão a “rebentar pelas costuras” e provavelmente uma das músicas mais brilhantes do compositor, mas Have You Ever Really Loved a Woman? (18 ‘til I Die, 1995) não ficou atrás. All for Love (The Three Muskeeters, 1993), no original um dueto com Rod Stewart, levou igualmente a uma participação massiva do público presente, tal como praticamente todas as faixas apresentadas, tais como, Here I Am (Spirit: Stallion of the Cimarron, 2002), Back to You (MTV Unplugged, 1997), The Only Thing That Looks Good on Me Is You (18 ‘til I Die, 1996), Can’t Stop This Thing We Started (Waking Up the Neighbours, 1991), Run to You (Reckless, 1984), entre outras. Outro momento alto da noite foi It´s Only Love ((Reckless, 1984), um dueto com Tina Turner, no original, com Bryan Adams a prestar uma sentida homenagem a Turner (que faleceu em Maio de 2023), com um breve momento dedicado à artista, interpretando algumas músicas dela.
Bryan Adams, com um portfólio de mais de 100 milhões de discos vendidos, pode considerar-se uma lenda viva da música, com inúmeros prémios, incluindo Grammys, Globos de Ouro e nomeações aos Óscares. Foi incluído no Canadian Music Hall of Fame e no Hollywood Walk of Fame. Com uma carreira que abrange mais de quatro décadas, Bryan Adams mantém-se como um dos artistas mais respeitados e adorados da história da música e seja entre baladas, rock, a sua música perdura no tempo e demora a envelhecer. Comentei, aliás, durante uma música, que percebemos a nossa idade, quando nos lembramos tão facilmente de letras clássicas de há mais de 30 anos, mas demoramos a perceber os acordes das mais recentes.
A idade avança, os tempos passam, mas a música e a voz rouca características de Bryan Adams, essa prevalece para sempre! Venham os próximos, já hoje, dia 20 de Novembro, na Meo Arena, dia 23 de Novembro, no Altice Fórum Braga e 24 de Novembro, novamente na Meo Arena, todos esgotados!