O trágico acidente que interrompeu a vida do cantor e ator Angélico Vieira continua a marcar a memória dos fãs e da indústria do entretenimento em Portugal
Sandro Milton Vieira Angélico, mais conhecido como Angélico Vieira, nasceu a 1 de janeiro de 1983, em Lisboa. Filho de pais angolanos de ascendência portuguesa, Angélico desde cedo foi influenciado pela música e cultura, crescendo num ambiente em que o R&B e a Kizomba, estilos populares entre os seus tios, moldaram o seu gosto musical. Contudo, foi a série juvenil “Morangos com Açúcar”, onde interpretou o personagem David, que lançou Angélico para a fama, catapultando-o para o estrelato como ator e membro da banda D’ZRT, um dos grupos musicais mais populares de Portugal na década de 2000.
Angélico Vieira iniciou a sua carreira como modelo, mas rapidamente conquistou um lugar na televisão e música, especialmente com o sucesso avassalador da banda D’ZRT.
Em 2005, o grupo lançou o álbum homónimo e o disco ao vivo no Coliseu dos Recreios, que consolidou o seu sucesso. A carreira de Angélico evoluiu, e além de cantor, destacou-se também como ator em várias produções televisivas, incluindo a novela brasileira Dance Dance Dance e a série portuguesa Espírito Indomável.
A sua paixão pela música levou-o a lançar, em 2008, o seu primeiro álbum a solo, “Angélico”, que alcançou grande sucesso e foi rapidamente galardoado com o Disco de Ouro.
A tragédia, contudo, abalou o país quando, na madrugada de 25 de junho de 2011, Angélico sofreu um grave acidente de viação na autoestrada, próximo de Estarreja, enquanto se deslocava para Lisboa.
O acidente, que envolveu a perda de controlo do BMW que conduzia, resultou na morte de um dos seus amigos e deixou Angélico em estado crítico. Após dias de luta pela vida, o cantor foi declarado clinicamente morto a 28 de junho de 2011, deixando o país em choque. A sua mãe, Filomena Vieira, amigos próximos, como a atriz Rita Pereira, e centenas de fãs acompanharam a dolorosa espera no hospital.
A morte de Angélico Vieira foi amplamente sentida, não apenas pelos seus familiares e amigos, mas também pelos seus inúmeros fãs. O seu desaparecimento precoce, aos 28 anos, cortou uma carreira que ainda prometia muitos mais sucessos. Em homenagem ao artista, os seus órgãos foram doados, num gesto que simbolizou o legado de generosidade que Angélico deixou.
A sua discografia, composta por álbuns a solo como “Angélico” (2008) e “Eu Acredito” (2011), bem como os sucessos com os D’ZRT, continua a ser uma referência na música pop portuguesa. O impacto de Angélico Vieira perdura até hoje, sendo recordado como um dos maiores ícones da música e televisão de Portugal.