Apresentadora emocionou-se ao falar sobre a relação com o pai e a decisão de o manter afastado da sua vida familiar
Andreia Rodrigues abriu o coração numa entrevista emotiva ao programa “Júlia”, da SIC, onde falou sobre a relação turbulenta que teve com o pai, marcado pela sua dependência de cocaína. A apresentadora, de 40 anos, revelou que a sua decisão de se afastar foi uma “questão de sobrevivência”, deixando claro que não o fez por falta de amor, mas sim por necessidade. O pai de Andreia, Sérgio, faleceu em junho de 2024, sem nunca ter conhecido presencialmente as netas, Alice e Inês.
Desde cedo, Andreia percebeu que a dependência do pai impactava profundamente a sua vida e a estabilidade da sua família. Durante a adolescência, tentou manter a proximidade, mas, com o passar do tempo, compreendeu que havia limites que precisava de impor. “Mendigava o momento em que estava perto dele, mas fui percebendo que tinha de me proteger. Quando ele entendeu que emocionalmente eu já não dependia dele, começou a respeitar o ‘não’, mas sempre que impunha essa barreira, a relação entrava no caos”, explicou.
A apresentadora revelou ainda que, apesar do afastamento físico, nunca cortou totalmente os laços com o pai. Fez questão de lhe mostrar as filhas através de fotografias e vídeos, mas não permitiu um contacto direto. “O meu pai nunca conheceu as minhas filhas pessoalmente, apenas por fotografias e vídeos. Foi uma decisão necessária para o meu bem-estar e o da minha família”, afirmou emocionada.
Mesmo mantendo a distância, Andreia Rodrigues nunca deixou de prestar apoio ao pai. Acompanhava a sua situação através de familiares e encontrava formas de o ajudar sem contribuir para o ciclo de dependência. “Tinha sempre contacto com os meus primos, ajudava-o, mas sem meios monetários diretos. Passei a dar-lhe uma semanada através de uma conta, para garantir que ele tivesse um mínimo de suporte sem que isso agravasse o seu problema”, revelou.
Num dos momentos mais marcantes da entrevista, Andreia recordou o dia em que contou ao pai que iria ser mãe. “Ele mudava muitas vezes de telefone, era difícil falar com ele. Mas um dia atendeu e eu disse: ‘Pai, eu vou ser mãe. Vai chamar-se Alice e eu queria muito que fosses um avô presente na vida das minhas filhas’. Mas ele não conseguia”, lamentou, visivelmente emocionada. A partilha sincera e corajosa de Andreia Rodrigues tocou os espectadores e reforçou a importância de estabelecer limites saudáveis, mesmo nas relações familiares mais difíceis.