Após cateterismo realizado em plena campanha, gestos do líder do Chega geram dúvidas nas redes sociais. Especialista explica à Flash! o que pode realmente ter acontecido.
A recente situação de saúde de André Ventura gerou uma onda de especulação e debate nas redes sociais. O líder do Chega, que sofreu dois episódios de mal-estar em público no espaço de poucos dias, viu-se envolto em acusações de dramatização, com muitos a sugerirem que tudo não passou de “teatro” para captar votos. No entanto, um cardiologista reconhecido veio a público desmontar essa teoria e lançar luz sobre o verdadeiro cenário clínico.
Durante um discurso em Tavira, Ventura foi visto a levar a mão ao peito e depois ao pescoço, acabando mesmo por cair inanimado. No primeiro internamento, foi-lhe diagnosticado um espasmo esofágico, uma condição associada à passagem do conteúdo gástrico pelo esófago, que pode mimetizar sintomas de enfarte. Dias depois, voltou a sentir-se mal e foi encaminhado para o Hospital de Setúbal, onde foi submetido a um cateterismo cardíaco – um exame que avalia as artérias do coração e permite desobstruí-las, se necessário.
A rapidez com que Ventura teve alta após o procedimento levou muitos a questionar a gravidade do quadro clínico. Mas, segundo o cardiologista Manuel Carrageta, ouvido pela revista Flash!, esse cenário é possível e depende da via de acesso utilizada. “Se o cateterismo foi feito pelo braço, é possível ter alta no próprio dia. Se for pela virilha, a recuperação é mais lenta”, explicou, indicando que tudo aponta para o primeiro método, justificando o curto tempo de internamento.
Carrageta também desvalorizou as acusações de encenação, sublinhando que existem diversas condições com sintomas semelhantes aos de um problema cardíaco. “A dor no peito pode ter origem cardíaca, esofágica, óssea ou até pulmonar. A análise detalhada da dor, o histórico do paciente e exames complementares são essenciais”, afirmou. O especialista salientou ainda que o stress e a falta de descanso associados a campanhas políticas podem agravar ou precipitar episódios de saúde, sendo natural que Ventura tenha sido aconselhado a afastar-se temporariamente da campanha.
Embora a polémica continue viva nas redes sociais, os esclarecimentos médicos contribuem para um maior entendimento da situação. Se por um lado a dúvida persiste entre os mais céticos, por outro, fica evidente que condições de saúde complexas não devem ser simplificadas ou tratadas como estratégias eleitorais sem provas concretas. Afinal, por detrás do político, está também uma pessoa sujeita às mesmas fragilidades de qualquer cidadão.