O candidato a Belém André Ventura acusou esta terça-feira o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de ter condicionado a aprovação das novas leis dos estrangeiros e da nacionalidade, afirmando que houve “interferência política nos bastidores”…
Durante um almoço-debate promovido pelo International Club of Portugal, num hotel em Lisboa, o líder do Chega afirmou que “este Presidente condicionou verdadeiramente a Lei dos Estrangeiros e a Lei da Nacionalidade”.
“Quem está nos principais partidos — no Chega, no PS, no PSD — sabe isso. Houve um condicionamento de bastidor político ao trabalho na nacionalidade e na imigração”, declarou.
Ventura explicou que, na sua perspetiva, Marcelo Rebelo de Sousa entende que “não é preciso controlar a imigração nem reforçar o controlo sobre quem entra”, além de discordar da perda de nacionalidade para condenados por crimes graves.
O candidato considerou essa alegada interferência “legítima”, mas garantiu que, se for eleito, não seguirá o mesmo caminho:
“Nunca bloquearei leis que tirem a nacionalidade a autores de crimes, mas usarei o poder presidencial para impedir, por exemplo, o aumento do preço dos combustíveis.”
Críticas ao silêncio de Marcelo sobre o SNS
Na mesma intervenção, André Ventura apontou duras críticas ao atual Presidente por, segundo o candidato, “ficar em silêncio perante o colapso do Serviço Nacional de Saúde”.
“Todos nos lembramos de Marcelo Rebelo de Sousa dizer que uma secretária de Estado tinha um ónus porque o marido tinha uma dívida. E o ónus de morrerem pessoas à espera do INEM? Mais de 100 nasceram fora da maternidade, há pessoas a morrer sem atendimento médico, e o Presidente fica em silêncio”, afirmou.
O líder do Chega sublinhou que o Presidente da República deve ter “um papel de condução e intervenção nos assuntos do país”, e não limitar-se a uma função cerimonial.
“Se é para ter uma primeira-dama, andar a cortar fitas e a montar cavalos, não precisávamos de Presidente — podíamos ter um Rei. Eu não sirvo para isso. Ninguém vai votar no André Ventura ao engano”, concluiu.






