O ator abre o coração no podcast ‘Geração 70’, recorda uma infância difícil e as lições aprendidas…
O renomado ator Albano Jerónimo, conhecido por vários papéis importantes, os mais recentes, em “Senhora do Mar” e “Rabo de Peixe”, compartilhou detalhes íntimos e surpreendentes sobre a sua infância em uma recente participação no podcast “Geração 70”. Em um momento raro de vulnerabilidade, Jerónimo abriu o coração sobre a vida que levou antes de alcançar a fama, revela uma infância marcada por dificuldades financeiras e experiências dolorosas.
Nascido em 1979, cresceu em Alhandra, Albano descreveu um cenário de escassez onde a pobreza era uma realidade constante. Apesar dos desafios, ele recorda com saudade os momentos da infância, sublinha que, apesar das dificuldades, “tive boas memórias”, afirmou ao jornalista Bernardo Ferrão. A vida em uma família de poucos recursos significava não ter dinheiro nem para as fotografias, com apenas uma única foto da infância. Ele compartilha com carinho que os amigos de infância, filhos de peixeiros e ciganos, permanecem próximos até hoje.
A situação financeira da família era complexa, com a mãe a trabalhar na TAP e o pai a gerir um talho. Jerónimo relembra que, durante a infância, a família enfrentava grandes dificuldades, como tomar banho uma vez por semana e usar a mesma roupa para a escola. Apesar dessas condições, o ator reconhece o carinho e o apoio da figura maternal, que o ajudou a criar, e que carinhosamente o chamava de “Albaninho”.
Antes de seguir a carreira de ator, Albano enfrentou uma série de empregos variados, em parte devido à pressão da mãe para garantir um futuro melhor. Ele trabalhou em restauração, construção civil, e até como servente em uma loja de roupas e sapatos. Também recorda um verão em que limpou uma fábrica de papel. Jerónimo comenta que não sente vergonha de compartilhar essas experiências e que a vivência ligada à igreja, inclui o crisma e a participação em “cruzados”, foi uma parte importante da sua vida.
Além das dificuldades financeiras, Albano Jerónimo também abordou a relação complicada com o pai. Descreve-o como “peculiar” e “nunca a melhor”, ele menciona que, apesar dos desafios, os ensinamentos do pai foram valiosos, enquanto a mãe proporcionava o amor e apoio necessários. A escassez e experiências como ser punido na escola ajudaram a desenvolver a imaginação e criatividade, o que ele acredita ter sido uma influência positiva na sua vida. Jerónimo encerra a entrevista com uma nota positiva, destaca como a adversidade ajudou a moldar quem ele é hoje, lembra com afeto os momentos de diversão, como descer encostas em portas de frigoríficos.
Este relato íntimo oferece uma visão única sobre a trajetória de Albano Jerónimo, mostra como as experiências de vida, apesar das dificuldades, desempenharam um papel crucial na jornada para se tornar um dos atores mais respeitados da televisão portuguesa.