A morte inesperada de Nuno Guerreiro, aos 53 anos, deixou o país em choque — mas ninguém sofreu tanto como Regina Guerreiro, a mãe do cantor…
Mais do que mãe, era confidente, companheira de vida e presença constante na trajetória pessoal e artística do vocalista dos Ala dos Namorados.
Residente no Algarve, Regina partilhava a casa e o quotidiano com o filho, acompanhando-o de perto em todos os momentos — dos palcos às lutas pessoais. A perda súbita e trágica do cantor não significou apenas a ausência de um filho, mas o colapso de uma rotina construída a dois, marcada por cumplicidade e afeto incondicional.
Segundo fontes próximas da família, a dor de Regina é devastadora. Helena Viegas, madrinha de Nuno e amiga íntima da família, contou à revista TV7 Dias que tem sido um pilar nesta fase sombria. “A mãe está de rasto. Ele era o braço direito e o esquerdo da mãe. Viviam juntos, andava sempre com ela para todo o lado. Agora, terá de ser a família a dar-lhe a mão.”
O choque é ainda maior tendo em conta as circunstâncias da morte. Nuno terá sucumbido a uma septicemia causada por uma bactéria, após se ter queixado apenas de uma indisposição. A rapidez com que tudo aconteceu deixou familiares e amigos atónitos. “Ninguém estava à espera. Tinha falado com ele poucos dias antes, estava bem, e de repente acontece isto”, revela Helena, visivelmente emocionada.
A ausência de algumas figuras públicas no funeral de Nuno também gerou desconforto entre quem acompanhava de perto a carreira e a vida do cantor. Amigos e fãs consideraram “vergonhoso” que nem todos os que beneficiaram do seu talento e amizade tivessem marcado presença para prestar a última homenagem.
Figura discreta mas impactante, Nuno Guerreiro enfrentou muitos desafios ao longo da vida — entre eles, o medo de assumir publicamente a sua homossexualidade, num tempo em que a aceitação era escassa. “Era um terror. Há 20 anos era muito diferente”, confessou em vida, num dos seus testemunhos mais íntimos.
Hoje, Portugal chora não apenas o artista talentoso, dono de uma voz única, mas também o homem generoso, profundamente ligado à família. E, no silêncio do luto, Regina Guerreiro tenta encontrar forças para viver sem aquele que foi, até ao último momento, o centro da sua vida.